sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Diferente e diferenciado.



Esses dias minha priminha de 12 anos, estava escutando "Restart". E como se isso já não fosse merda o suficiente, ela ainda tem todo aquele visual ridículo, com direito a calça colorida, camiseta listrada ( zebra's stile) e um óculos imenso, que ela usa sem qualquer necessidade.
Essa guria da foto ao lado, vestida de bandeira do Brasil, não é a minha prima. Mas é do mesmo "naipe", então acho que já dá para ter uma noção do que eu tenho que aguentar todo domingo de tarde, na casa da minha avó.

Pois bem, fiquei pensando, refletindo, e em um momento de "Sócrates", ou Platão, sei lá, esses filósofos são tudo a mesma merda mesmo. Então, dai eu cheguei no seguinte pensamento de sabedoria: "Ah, quer saber, nem tem nada de mais minha priminha ter como maior sonho da vida dela dar uns pegas no P. Lança e/ou Justin Bieber ( como se eles gostassem da fruta...). E também não tem problema ela curtir esse som tosco pra caralho. Sabe por que? Porque está na idade certa para isso! É musica para criança e é exatamente isso o que ele é. Uma criança. Quando eu tinha a idade dela, eu escutava Sandy! Foda veio... meu passado é bizarro também. Mas até ai nem dá nada, porque "eu cresci e hoje sou mulher". Aff, que nojo desse "refrão chicletão"! Então, no mesmo momento que eu enjoei das minhas Barbies, também cai na real que esse som é um verdadeiro lixo. E espero que o mesmo aconteça com a minha prima, muito em breve. Mesmo porque, se não acontecer e ela começar a menstruar e ainda continuar gostando de "Restart", vou dar uma surra de cinta nela. E com o lado da fivela, para doer mais. Sei que no futuro ela vai me agradecer por isso.

Mas ai, continuei pensando... refletindo... sim, isso não é algo muito comum para mim, mas dessa vez me esforcei. E acho que essa história toda é só a ponta do icebergue. Tenho duas primas e ambas com a mesma falta de noção do ridículo. E as amiguinhas dela, seguem esse mesmo mau caminho. E não é de hoje. Sempre foi assim. Todos nós, somos de alguma forma manipulados. Forçados a acreditar que gostamos ou não de certas coisas que alguém quer que agente goste.
Não sei se existe uma "máfia dos vendedores de roupas coloridas", mas é visível que a mídia nos empurra guela abaixo aquilo que eles querem vender. Revistas, novelas, desenhos, depoimentos de famosos e etc. Isso forja uma sociedade. E essa sociedade forja o individuo. Falamos tanto em ser únicos, diferentes e etc, mas acho que no fundo, o que todos querem é ser igual.

Alguém pode dizer que existem aqueles que vão "contra o sistema" e são diferentes. Mentira. Alguém pode até ser diferente da maioria, pode até fugir do perfil "Burguês Padrão". Mas ainda assim vai procurar estar próximos daqueles que são iguais a ele. Eu, nunca vi um punk dentro de uma igreja evangélica. E também nunca vi nenhuma garota com saia até o tornozelo, cabelo prá baixo da bunda, bigode e bíblia em um show do Slipknot.


Slipknot banda de metal norte americana.



Cantora Gospel Ana Paula Záffer

Slipknot e Cantora Ana Paula. Embora tenham estilos completamente diferentes, possuem a semelhança de representarem grupos específicos da sociedade. O metaleiro, assim como o religioso, busca sempre a cultura e as companhias que o identifique. E isso se repete em todos os segmentos da sociedade. Sempre foi assim e sempre vai ser. Ninguém quer único.
Isso me faz pensar, naquela palavrinha mágica usando pelos publicitários: "diferenciado". Não pensem, meus amigos, que "diferenciado" é igual a "diferente". Essa diz que você é anormal, que foge dos padrões esperados. Chamar alguém de diferente, é praticamente uma ofensa. E das graves. Já aquela diz que você é igual a todo mundo, mas especial. Parece um paradoxo, mas é assim mesmo. "O cliente diferenciado do nosso banco, tem acesso a informações quentinhas na hora de fazer seu investimento, vazadas diretamente da mesa de operações do banco central". Poderia diz a propaganda.

Realmente não entendo isso. Queremos a segurança de ser igual, ou pelo menos identificável, ao mesmo tempo que lutamos para nos destacarmos e sermos diferentes. Será que esse conflito faz parte da existência humana?


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