Faz muito tempo que o mercado brasileiro de MMORPG ( Massive Multiplayer Online Role-Playing Game), ou em bom português "jogo de interpretação de personagens online e em massa para múltiplos jogadores" é praticamente um monopólio de uma única grande empresa. Vamos chama-la aqui de Empresa L. Que é alvo de fortes e constantes críticas por parte de seus usuários.
Até ai, não é nenhuma novidade. Eu poderia fazer uma lista das criticas pessoais que eu tenho contra a Empresa L e daria até para ser em ordem alfabética começando por Atendimento precário até o ato de Zalumar por parte dos responsáveis pelo atendimento ao público, seja em tickets, PMs online (ei, esquece! eles nem tem mais funcionários que prestam atendimento dentro do jogo) e também no fórum. Posso garantir que teria de usar TODAS as letras, sendo que algumas repetidamente. Mas deixa para lá. Meu objetivo não é
Honestamente nunca tive a oportunidade de conferir o trabalho dessa tal empresa, mas a fama dela chegou antes de sua instalação aqui no Brasil. Não sei se é uma fama merecida de fato ou se é apenas fruto da raiva e frustração dos jogadores cansados do total descaso da Empresa L. Só o tempo vai nos dizer. Seja como for, fiquei feliz com a novidade. Existem poucas coisas mais nocivas que o monopólio. Isso dá o poder a quem monopoliza o mercado, do que quer que seja. E do poder para o abuso de poder é apenas um passo. A concorrência é simplesmente vital para a sociedade. Estou torcendo muito para que a Empresa L mude radicalmente sua atitude perante os clientes. Que as censuras nos fóruns deem lugar a uma moderação séria, justa e comprometida. Que a caça aos bots e a quem utiliza programas ilegais seja uma atitude real e não simplesmente palavras vazias. E que os jogadores sejam atendidos com respeito e atenção, ao invés de respostas vagas e inócuas. Poxa, estou me sentindo no reveillon, cheia de esperança e promessas para o ano que vai chegar!
Ainda sobre esse tema, quero pedir "licença poética" para meus amigos que acompanham o meu trabalho e divagar um pouco sobre outro assunto, que para mim é bastante pertinente.
Um dos rumores (fofocas) mais intrigantes do mercado financeiro dos últimos meses é a possível quebra da Kodak. George Eastman foi um grande gênio da humanidade, ele inventou o filme fotográfico em 1988 e também tornou a câmera fotográfica algo simples e de fácil acesso. Equipamentos extremamente desajeitados, caros e de difícil operação, foram substituídos pela máquina do sr. Eastman e agora qualquer um podia ter um equipamento fotográfico.
A consequência disso foi natural: a Eastman Kodak Company passou a distribuir mundialmente seus produtos.
Tornando-se assim, uma gigante multinacional mundialmente reconhecida por sua qualidade. Sobre a Maestria de George Eastman a empresa prosperou e triunfou. Só teve um PEQUENO detalhe. De potencia financeira, máquina de fazer dinheiro no começo do século 20, a Kodak passou a ser chamada de "Bruxa de Wall Street" na década de 90. Mesmo período em que veio ao mundo as primeiras câmeras digitais. Como ficaria as ações de uma empresa especializada em vender filmes e equipamentos para fotografia analógica em uma época que o mundo se tornava cada vez mais digital? Essa, eu respondo: Hoje a empresa está acumulando prejuízos crescentes e precisa buscar empréstimos e vender patentes para sobreviver. Em 1997, uma ação da Kodak chegava a ser negociada por 90 dólares. Hoje, fica abaixo de um mísero dólar. Na verdade, vale pouco mais que 50 cents. Sabe qual a tragédia disso tudo?
A câmera digital foi inventada pela própria kodak!
Assustador! Essa tecnologia nasceu nos laboratórios da empresa, mas foi tratada de maneira leviana pelo temor com a competição com os filmes fotográficos. Vejam que ironia, eles estavam certos! E a consequência disso, foi a demora em fazer os investimentos adequados na tecnologia digital. E como diria o Capitão Nascimento "Numa guerra parceiro, isso pode ser fatal".
Quando a Kodak se deu por conta e resolveu reagir, suas concorrentes diretas Nikon e Canon já dominavam o segmento. E essas, hoje contam com cerca de 70% do mercado.
"A Kodak viveu a crônica de uma morte anunciada, comum a boa parte das empresas que não investem em novos projetos com o temor de que possam comprometer seus negócios atuais”, diz Cláudio Terra, da consultoria TerraForum.
Tudo bem, mas o que isso tem a ver com o mercado de jogos online no Brasil? Sabemos que a Empresa L foi quem abriu esse segmento aqui. Foi ela quem conquistou milhares de fãs por todo o país. Mas agora, ela viverá um momento chave. Precisa rever seriamente sua política de relacionamento com os clientes, antes que seja tarde demais. O monopólio chegará ao fim, com a investida feroz da Empresa B no Brasil. E provavelmente o jogador que muitas vezes se mostrava passivo e submisso, talvez responda de outra forma a partir de agora. Ao invés de flames e criticas repetidas, a resposta pode ser buscar outro jogo, outra empresa, outra política.