quarta-feira, 15 de junho de 2011

Eco-Otários!

Eu quero começar deixando uma coisa bem clara: Não sou contra a preservação do meio ambiente. Muito pelo contrário, como entusiasta de arquitetura e urbanismo, declaro que me preocupo muito com o bom manejo dos recursos naturais e também também com os cuidados ambientais. Ponto final. E digo ponto final porque se tem uma coisa que me deixa p... da vida é a toda a hipocrisia e completa desinformação/idiotice que envolve esse tema. As pessoas se esforçam demais, levantam muita poeira em temas aparentemente importante, mas de pouca relevância prática e ignoram por completo coisas que são de fato importantes. Já cansei de ler essa merda de fazer "xixi no ralinho", para preservar a água da descarga, ser debatida em fóruns como se fosse salvar o mundo. Mas as mesmas pessoas que levantam essa bandeira totalmente descabida, muitas vezes usam as famosas válvulas de descarga em seus sanitários, que chegam a gastar 30 litros de água cada vez que são acionadas. Ao passo que as caixa de descarga, gastam apenas 6 litros.

Isso sim pode fazer uma diferença relevante. Mas poucas residências de classe média (ou alta), optam por esse sistema mais econômico. Cade a preocupação com o meio ambiente? Tenho vontade de socar as pessoas que dizem se importar com a ecologia, mas não fazem nada de efetivo para tornar suas próprias vidas melhores.

 Ainda falando dessa merda ambiental, quero chamar a atenção para esses lixos de campanhas do tipo "deixe o carro em casa, ande de ônibus".


 Já tive a oportunidade de viajar para a Alemanha, e lá o sistema de transporte coletivo é tão bom, que das 3 vezes que viajei para aquele país, somente na última delas precisei pegar um táxi. Ao se locomover com o sistema público de transporte europeu, você logo nota três pontos importantes: rapidez, conforto e preço justo. E tendo isso em mente, torna-se totalmente racional escolher andar de ônibus/metro ao invés do próprio carro.

 No Brasil, como todos sabem, a situação é bem diferente. E mesmo na cidade onde moro, Curitiba, que é tida como uma das melhores em qualidade de vida, nenhum desses três quesitos é atendido. Andar de ônibus é uma viagem incerta. Os atrasos são uma rotina e raramente podemos confiar nos horários. Quem precisar ser pontual e depende desse tipo de transporte, é obrigado é se programar com uma boa antecedência. Também é evidente que não há conforto algum. Não apenas nos horários de picos, mas constantemente presenciamos a super-lotação. Seres humanos sendo transportados pelo poder público sem nenhum respeito ou dignidade.


 E por fim, chovendo no molhado, a passagem é muito cara em todo o país. Em algumas cidades, chegam a custar 3 reais.

 Agora vou dar a minha opinião: O poder público não dá a mínima para nada disso. Não há interesse em melhorar o transporte e o sistema é tão ruim, que mesmo o mais radical dos ecologistas normalmente tem carro próprio. (se tiver condições financeiras para isso, é claro!)
 Larguem mão de ingenuidade. Os carros são "a galinha dos ovos de ouro" do governo. Instituições governamentais como os "DETRANS" arrecadam verdadeiros "rios de dinheiro". Impostos e mais impostos que ninguém faz a menor ideia de para onde vão, ou para que servem. Isso sem falar dos combustíveis que têm aproximadamente 42% em tributos! E é claro, a "máfia" das multas. É dinheiro que não acaba mais e posso garantir que a última coisa que os governantes querem é que você deixe o carro em casa!

 Então, fica aqui meu desabafo, minha revolta com esses lixos de campanhas da prefeitura pedindo para que as pessoas andem mais de ônibus. Essa hipocrisia e cara-de-pau precisa ter limites. E também digo a todos os otários que realmente acham que vão salvar o mundo porque foram trabalhar um dia de bicicleta: Não adianta você comer saladinha 1 dia no ano, se você se entope de feijoada os outros 364. Você não vai emagrecer nunca e muito menos ajudar o planeta.

 Quer fazer alguma diferença? Pressione o governo por melhorias no transporte público. Acompanhem a maneira como seus candidatos votam essas matérias nas diversas assembleias legislativas. Sejam menos bacacas! Façam mais, falem menos!

Um comentário:

  1. Quem um dia irá dizer
    Que existe razão
    Nas coisas feitas pelo coração?
    E quem irá dizer
    Que não existe razão?

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